quinta-feira, 30 de junho de 2016

Eu sei que você é o meu amor


Eu acredito em cada pedacinho de você. Acredito que quando a gente tá feliz, o sol brilha mais forte ou a chuva cai mais bonita. Acredito que seu sorriso iluminaria a caverna mais profunda e escura. Eu acredito no amor de verdade quando escuto seu coração bater, do seu peito pro meu ouvido. Acredito na alegria de bagunçar seu cabelo. Acredito na paz de brincar com seus dedos. Acredito que seu abraço é tão bom que esquenta minha alma. Acredito que, se eu fechar os olhos, só vai existir eu e você no mundo todo. Acredito que o seu suco de abacaxi com hortelã é o melhor de todos os sucos de acabaxi com hortelã. Acredito em todas as besteiras inventadas que você diz com voz de quem está dizendo a verdade, e depois sorri me chamando de boba. Acredito em seus sonhos. Acredito quando você diz que eu consigo. Acredito na sua preocupação comigo. Acredito na sensação ruim que cresce no meu peito quando penso que algo ruim pode acontecer à você. Acredito na beleza quando vejo seu olhar. Acredito na vida quando a sensação de infinito quando estou com você preenche meu coração. Acredito em cada pedacinho de você, meu amor. Acredito em nosso amor. Acredito em nós.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ser normal, ser louco. Onde está a divisa do natural para o patológico?

Os considerados loucos já foram tratados como possuidores de conhecimentos cósmicos e então, expulsos das cidades; já tiveram sua razão duvidada por serem contrários à regimes de determinada época; e então passaram a ser recolhidos e privados de sua liberdade por apresentarem os mais variados tipos de "loucura". Quem diagnostica? Os patrões, os vizinhos, os delegados, os políticos, os próprios pais. 
Pessoas tímidas, epiléticas, feias, magras, gordas, negras, bravas, bêbadas, detentoras de segredos, foram internadas em lugares hostis, chamados hospícios. Elas eram inadequadas à um convívio social. Foram internadas como loucas, como doentes mentais, e, devido às condições em que eram tratadas nesses lugares, acabaram se tornando realmente doentes. Bom, os que não morriam de fome, frio, infecções, torturados, ou de algum resfriado qualquer. 
Seres humanos eram submetidos à uma vida privada de condições realmente humanas. Como esperavam que saíssem dali gente com comportamento de gente, com vontades de gente, com pensamentos de gente? Seres humanos tinham sua comida preparada no chão. Seres humanos dormiam nus em cima de capim em pátios descobertos no frio da cidade gelada. Os corpos congelados eram recolhidos pela manhã e vendidos para universidades com aulas de anatomia.  Seres humanos levavam eletrochoques e morriam. Seres humanos bebiam o esgoto que passava pelo pavilhão em valas abertas para saciar a sede. Seres humanos não tinham mais família, amores, ou uma vida minimamente digna. 
A loucura era tudo aquilo que não condizia com os padrões de uma sociedade que queria se ver livre de quem poluía as ruas cheias de gente bonita. 
Então, mais uma vez, onde está a divisa do natural para o patológico? E, talvez mais importante ainda, quem faz esse diagnóstico?
A loucura como uma doença e não uma palavra em vão deve ser tratada, medicada e controlada, para que esses casos de verdadeiro descaso com a natureza viva não aconteçam mais. 




Bibliografia recomendada: Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex. Conta a história do hospício de Barbacena, o Colônia.