quarta-feira, 4 de novembro de 2015

escrito de um coração cheio de amor




olhar um
voz sua
toque cada
dia todo
parecia me
completo
amor de
resto do e
beijo o
cheiro o
jeito o
respiração a
curva a
queixo seu do
letra sua
vírgula sua
rima sua
poesia você
vida minha
amasso te
amasso me e
abraço te e
viro te
avesso do
você sinto
você quero
amo te
leio eu
olhos seus
vejo e
alma sua
é você
lindo
visita me
sonhos nos
pensamento no
desejo no
cada em
momento
ficar faz me
feliz
paz em e
é sorte
você ter
beijar te e
ver e
seus os todos
sorrisos
seu o, ah
!sorriso

?comigo sempre fica

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

amando



Da minha caneta escorre amor.

Colore o papel branco de linhas azuis com todas as cores da felicidade.

Deixa de ser folha para ser plano de fundo da nossa história – como o céu se transforma no cenário para a lua brilhar. História que não segue os padrões da escrita: possui começo, meio, sem fim.

Você faz todas as palavras soarem como declarações de amor.

Você faz as dúvidas se esvaírem em certezas e as demasiadas preocupações diluírem-se em leveza.

Te escrever me faz enxergar o amor que pulsa dentro do meu peito: ele é lindo como você.

A lua – eu já disse que acho a lua a maior e mais bela poesia que Deus deixou na natureza? – está sobre mim agora, quase completamente cheia e emitindo aquele brilho tão intenso contra a escuridão. Eu penso nas vezes em que costumamos parar e ficar contemplando toda essa beleza, juntos.

As luzes da cidade estranha na minha frente se misturam num borrão sob meus olhos desfocados. Enxergo o seu rosto sorridente, aquele que você exibe nos momentos mais especiais. São meus momentos preferidos. Eu amo quando você veste aquele sorriso que faz os cílios ficarem mais perto um do outro.

Estou escutando aquela música animada que você coloca no rádio do carro, e sorrio ao escutar sua voz bem baixinho cantando ela junto comigo. Abro os olhos, e você não está aqui. Mas você sempre vai estar dentro do meu coração. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

só pra você saber



Pensei em escrever para você: só consegui sorrir.
Aqueles sorrisos de gente boba e encantada com a vida em si. A vida passou a ser mais linda quando você chegou. 
Minha alma, por gostar tanto de escrever, estava precisando de um novo ânimo. De inspiração. De você.
Eu te precisava. E preciso sempre.
Um texto por dia. Não é tanto quando se pensa em alguém durante todo o tempo. E tanta coisa acontecendo paralelamente!
Viver intensamente é assim. Estou aprendendo, muito obrigada.
Coração bate na boca, no pé, no seu ouvido. Bate assim porque te sente. Ele é o primeiro a dar sinais de loucura quando você chega. Coração não sabe disfarçar. Me entrega a ti, e todos os meus sentimentos. 
Já são seus os meus sonhos. 
Sai pela garganta e pelos poros o meu desejo de te ter. É quase palpável minha vontade de estar perto e te abraçar. 
De todos os sorrisos, o seu é o que mais ilumina. Me ilumina (desculpe pela possessividade aqui).
Gosto quando vejo seu rosto do ângulo de quando o meu queixo está apoiado em seu peito, e seus cílios formam um desenho lindo. 
Minhas mãos gostam das suas. Eu confio no julgamento delas. 
A felicidade  pediu passagem por aqui: abri a porta para ela, tranquei, e te dei a única chave

-que não tenhamos um final, assim como esse escrito-




sexta-feira, 26 de junho de 2015

Um verso e tudo mais



Nada você me pediu.
Me descobriu. 
Facil, leve, descompassado como há muito -ou nunca- eu vivi.
Tomou café comigo e conversou sobre a vida.
Dois sorrisos e as diferenças.
Você faz mágica.
Carinho na ponta dos dedos.
Confusão de pensamentos e não pensar em nada.
Olhar inquisitivo sem ser pressionador.
Abraço que abriga. 
Beijo que esquenta.
Palavras que acreditam.
É tempo de felicidade.
Ensina-me a ter pressa e eu te ajudo a ser mais cauteloso. 
Me deixe olhar em seus olhos e mostrar minha alma. 
Entenda as palavras ocultas em toda a minha falta de coragem. 
Sorria para mim.
Sonhei com você e o dia acordou com minha música preferida.
Desembarasse os fios do meu medo.
E me abrace.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

vem e vai e volta


Eu já tive cálculo renal. Pedra nos rins, para ficar mais fácil.
Foi simples: era domingo, e eu, domingando como sempre, acordei e a dor lancinante não me deixou mais dormir por uns cinco dias. Quiseram me cortar achando que se tratava de apendicite. Eu cheguei a me entregar pensando que havia um motivo para a intensidade daquela dor. Não me vejam como dramática. Não sabiam o que eu tinha e nenhum remédio amenizava a minha dor por mais de uma hora - era a hora em que eu esperava que não voltasse a agonizar. Mas então ela voltava e eu não tinha mais posição para ficar. Veio a internação, dias com remédio na veia, enfermeiras medindo a temperatura regularmente e exames indicando que uma minúscula cristalização de oxalato de cálcio estava entupindo meu ureter direito. 
O ponto que quero chegar é que, quatro meses depois, eu não me lembro da tal dor que me deixou hospitalizada e entregue. Posso recordar-me que era bem forte, do quanto eu me senti mal, mas por mais que eu aperte o rim ou o que quer que seja na parte inferior direita da barriga, não chega nem perto do que senti. E quantas vezes isso acontece na nossa vida. Quantas vezes estamos apenas nos baseando em uma memória falha que vai se embaçando ao passar do tempo e mostrando apenas tentativas de sentimentos, que na verdade estão muito longe de ser como os reais. E nós acreditamos nessas ilusões. Nos prendemos à elas com braços e pernas e o resto do corpo. Quanto maior a superfície de contato mais verdadeiras as lembranças nos parecerão.
As ilusões da dor. 
Uma dor teatral, que saiu de cena, mas deixou o espectador com a emoção impregnada no peito. A dor que não é capturada num sorriso dado para uma foto.
A dor ilusionista. Essa que faz a gente ficar triste por se apegar às coisas boas que vieram antes dela, mas que acabaram. Ela entra no lugar do que um dia foi luz, e vira escuridão. Faz a gente acreditar que só vai existir a dor. Ela não deixa a gente ver que embora os caminhos tenham mudado, a ordem vai se restaurar. Essa transição não deve ser uma coisa má. 
Mas um dia você se levanta e não sente mais a dor, e é como se tudo tivesse sido um sonho ruim. Você se dá conta de que os momentos em que ela esteve presente se foram, e tudo o que ficou foi a marquinha na mente que vai te alertar sobre ela. Tudo vai ser um aprendizado e você vai saber se prevenir da próxima vez.
Você não deve deixar a dor entrar ali de novo. A luz está de volta.  
Eu expeli a minha dor e agora bebo, em média, dois litros de água por dia. 


terça-feira, 24 de março de 2015

Volte sempre


Foi fácil saber que você estava chegando.
Soube assim que decidi acordar. Sim, eu acordei quando quis, e não quando os cachorros determinaram que já era hora de começar a latir freneticamente para o sol saindo por detrás do horizonte.
Levantei-me calmamente e olhei-me no espelho. As olheiras com as quais eu fui dormir na noite anterior haviam desaparecido milagrosamente.
Abri as janelas e vi que a temperatura estava ideal para que eu pudesse usar minhas botas favoritas.
Dei bom dia para o céu e fui tomar um banho. Preciso dizer que não tive que, pacientemente, esperar até que o chuveiro resolvesse me presentear com água quente: ela já estava me esperando assim que girei a torneira.
O vidro de suco de abacaxi ainda tinha a medida exata de um copo quando eu já estava resignada a preparar alguma outra coisa para beber e me atrasar novamente para sair de casa.
Já caminhando, a brisa tocou levemente meu rosto e eu senti cheiro de tulipas. Lembrei-me de quando eu era criança e o vento bagunçava meu cabelo quando a aventura de subir bem alto com o balanço parecia jogar meu estômago nas nuvens.
Como sempre faço em momentos de folga da minha mente, comecei a imaginar tudo o que ainda iria acontecer ou não no futuro. Essa minha paranoia teve que esperar, porque hoje, nesse momento, escutei ao longe tocar a música da minha vida. Passei o resto do caminho cantarolando baixinho, imaginando que todas as pessoas a minha volta ficariam mais felizes se cantassem o que as fizesse bem.
Passei o dia todo com o coração feliz. Eu disse que comi mousse de maracujá na sobremesa? Sim, seu doce que acabou por se tornar o meu.
Indo embora, passei na livraria e o livro que eu tinha encomendando finalmente chegara. Já podia ver as várias marcações que faria nos melhores trechos.
Entrei em casa e senti cheiro de você.

Foi muito fácil saber que você estava chegando. 

sexta-feira, 20 de março de 2015

o que o tempo não levou


Hoje o dia está escuro. A escuridão, a falta de luz. 
Hoje me lembrei de você, e de como também haviam dias assim para nós.
Revivi na memória momentos em que te vi sorrindo e seus olhos se comprimiram, os cílios enormes formando um desenho engraçado. Ali, eu estava em paz. 
Quis contar que escrevi à você há muito tempo, e então as palavras do coração passaram a me soar banais. Foi quando decidi parar de tentar te trazer de volta. 
Pressenti a dor, a solidão, mas não pude deixar de surpreender-me com o fio se rompendo assim tão abruptamente. O fio que parecia tão resistente naquele abraço de dia preguiçoso, onde eu podia sentir sua respiração ofegante de quem está com medo da vida.
Olhei pela janela e vi o dia querer sorrir. 
Eu tinha que parar com essa mania de oscilar entre o passado e o presente, e ainda querer controlar o futuro.
Eu tinha que enxergar as nuvens se abrindo e um filete dourado se espremendo para iluminar o céu. 
Eu tinha que querer ser como o filete dourado e entender que as coisas podem mudar, eu aceitando ou não. O que não quer dizer que se entregar ao agora deve fazer com que o futuro seja ignorado.
Mas toda a nossa falta de planos acabou por moldar o fim.
O fio se rompe.
E não sobra mais nada.





sábado, 7 de fevereiro de 2015

Invisíveis Certezas - Encontro, abraço e a dor de sentir, capítulo sexto.


Para ler como a Alicia sentiu esse capítulo, entre nesse link.
Para ter acesso a todos os outros capítulos, em ambos pontos de vista, e/ou conhecer e saber o que é esse tal de Invisíveis Certezas,  entre nessa aba.
Sem me demorar muito, o encontro. 





Bom, eu tentei. Matei aula, fui assaltado, esperei horas sentado em um banco de shopping, descobri que o senhor das câmeras de segurança do meu prédio também trabalha na Pinacoteca, pra chegar no final e nem ao menos ver a menina por quem fiz tudo isso. Mas eu passaria por tudo de novo, mesmo sabendo que não iria adiantar. Faria tudo de novo só para manter ainda em meu coração a esperança de ter apenas um vislumbre da Alicia entrando em seu ônibus para voltar para casa. Infelizmente eu não teria outra oportunidade, e era isso, apesar de todas as adversidades do dia, o que me doía mais.
Esperei longos dois minutos até que seu Manoel me disse gentilmente que precisava continuar seu trabalho. Saí da sala com a mente pesada de quem não dorme a dias, mas de quem não quer dormir para não ser assombrado por um rosto lindo em seus sonhos. Então, meus olhos pareceram ter ganho um presente. Deus, em toda a sua singularidade e perfeição, já fez olhos mais dourados que os dela?
Sempre achei ridículo aquelas cenas nos filmes onde o casal apaixonado se reencontra e vai correndo em câmera lenta até que se abraçam e, às vezes, a mulher até levanta o pé. Confesso que passei algumas noites em claro pensando em qual seria minha reação quando finalmente a visse. Mas eu também não havia sequer imaginado que o dia de hoje seria tão maluco, então não faz diferença.
Você deva estar curioso agora. A realidade é que não tive reação nenhuma. É, Newton, me explica essa. Ou, talvez, não ter nada em mente seja uma reação ao turbilhão de sentimentos que me atingiram diretamente do lado esquerdo do pâncreas. 
Parecia que o tempo estava parado por uma eternidade. As pessoas que eu via passando perpendicularmente no final do corredor não faziam parte do mundo onde eu e ela estávamos. Eu era a busca, ela era a razão. 
Alicia se recuperou da surpresa mais rápido que eu e eu tive que me forçar a caminhar até ela.
Foi o abraço onde eu gostaria de morar para sempre. 
Segurei seu rosto em minhas mãos e permiti que o momento falasse mais alto. Já começava a sentir seu hálito se fundindo com o meu, quando uma voz nada amigável a chamou.
Era seu professor. Senti o corpo de Alicia se enrijecer ao meu lado e vi que não era bom ele ter nos encontrado aqui. Tive que dar um jeito de mostrar que era eu o motivo por ela não estar junto de sua turma. Ele disse que eu poderia acompanhar a excursão, e eu quase o abracei. Se ele tivesse visto problema por eu ir junto com ela, seria bem mais difícil. Parece que as coisas estão melhorando para o nosso lado, apesar de tudo.
Continuamos por mais algum tempo na Pinacoteca e eu tentava aproveitar cada segundo ao lado dela. Assim como eu, Alicia se prendia às particularidades. O que tornava algo único é o que mais me agrada, e eu sentia que para ela, as características superficiais também não era significativas. Eu poderia observá-la para sempre e nem assim me cansaria. Era como o quadro que nenhum pintor jamais ousou tentar representar.
Dali fomos para o Museu da Língua Portuguesa. Tudo naquele lugar a encantou. Vi seus olhos percorrerem cada cantinho e curva e detalhe. Uma pena que as horas se passaram rápido demais para nós. 
Os professores avisaram que a última parada seria o shopping, novamente, para um lanche. Pude ir com eles no ônibus.
Chegando lá, nos demorar na praça de alimentação era tudo o que não queríamos. Então, comemos uns cupcakes que a Alicia disse que era arco-íris em forma de comida, e eu fui mostrar a ela uma das minhas lojas preferidas daqui, uma de discos. Eu, que já tinha os Los Hermanos como banda favorita no mundo, agradeci mentalmente a cada um dos quatro. Alicia e eu parecíamos crianças quando vimos o palhaço na capa do disco e um cartaz em cima com letras vermelhas dizendo que estava pela metade do preço. 
Abracei-a com força e aquilo que eu sonhei fazer desde o dia em que a vi, aconteceu. Não importava se havia pessoas em volta, se o tempo que tínhamos juntos estava acabando, ou se o professor dela chegasse novamente. Foi mais que um beijo, foi a materialização do que sentimos.
Alicia me disse que não tinha ido à livraria pela manhã, quando chegaram. Já era meio óbvio, foi por isso que não nos encontramos antes.
Por entre prateleiras e conversas sobre os nossos melhores escritores, encontramos uma parte da turma dela. Alicia me disse que precisa escolher um livro para a Isabela, e foi procurá-lo com a Lu, outra amiga. 
Aproveitei para comprar um para ela, e escolhi um que me chamou atenção pela nota do John Green na capa. Ela havia me dito que era um queridinho dela, então não tem erro. Se ele aprovou, ela também aprovaria.
Enquanto ela ainda estava na busca pelo presente da amiga, fui conversar com os garotos da sua sala. 
-Então, você tá com a Alicia né, cara?
Era um de calças largas, boné virado para trás e uma camiseta branca com escrito em inglês que eu tinha certeza que ele não sabia o que significava. Nem seus amigos. Caso contrário, não deixariam a chance de zoá-lo escapar.
-Sim, estou.
Ele deu uma risadinha que me fez ter vontade de fazê-lo engoli-la. Passou a mão em volta dos meus ombros e me virou para que só eu pudesse ouvi-lo.
-Olha, conselho de irmão. Ela pode até ser gata, mas não dá nem pra dizer que eu me diverti com ela. Não vale a pena, sabe...
-Eu sei me virar sozinho... irmão.
Desvencilhei-me do seu braço e caminhei até a sessão de livros infantis. Esse cara só pode estar de brincadeira comigo. 
-Oi, Gui! Olha o livro que escolhi pra Isa. E esse é pra você, espero que você goste.
Eu a entreguei o meu embrulho também, e nos surpreendemos por saber que havíamos pensado a mesma coisa. Ela também me deu Eleanor & Park, da Rainbow Rowell
Deixei para pensar no idiota de blusa feminina depois e ficar numa boa com a Alicia.
Ficar numa boa por mais dez minutos. Era o que restava dessa excursão à São Paulo e do nosso tempo juntos. 
Disse para ela ficar tranquila, que logo iríamos nos ver novamente. 
Os dias iriam se arrastar sem ela aqui. Agora que experimentei a sensação de ser dois vai ser difícil me acostumar de novo a ser um.
Abracei-a novamente com vontade de não permitir que ela se fosse. Tentei ser forte o quanto pude. Ver a angústia no rosto dela estava me matando. Prometi a mim mesmo que se dependesse de mim, ela não ficaria triste desse jeito nunca mais. 

Então, depois de todos os protestos daqueles que já estavam preparados para ir embora, ela e eu nos afastamos. Levando consigo todo o meu amor, Alicia entrou no ônibus.





segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

quando o tempo parou


Tinha um sorriso nos olhos
no olhar sincero
Alma livre de quem não tem vergonha
Liberdade na cara
de menino poeta e feliz
menino que aprendeu a ser feliz
menino que treinou a felicidade.
O amor lhe bateu
lhe feriu
e curou.
Mas quem é que vive sem amar?
Quem é que vive sem coragem?
Viver é ter coragem.
Mas quem é que não tem medo?
Ou medos?
Viver é ter medo.
Ou medos.
Ele nem ligava
e se importava com tudo.
Fez de tudo, poesia.
Viveu e morreu
Mas a morte não doeu.
As pessoas se esquecem de que vão morrer,
de que fazem isso todo dia.
Como um relógio quebrado
que num momento orienta
e, no outro, nem mesmo é.