segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pós-carta



Você me disse que eu nunca tinha escrito nada à você. Argumentou que até mesmo o texto que um dia te dei, era uma história inventada, mais uma saída do mirabolante mundo que chamo de Minha Mente.
Provavelmente, isso é algum tipo de deficiência minha. Pensar que as palavras são tão importantes a ponto de não desperdiça-las com qualquer um. Esperar até o último segundo até ceder à tentação de deixar as mãos correrem soltas no papel. Não que as palavras não sejam importantes, elas são. O problema é não querer deixá-las passar de mim pra você.
Tanto reprimi que acabou passando. Mas era tarde de mais. E aí, era você quem não estava mais interessado nos meus escritos. Então se iniciou uma nova fase, em quem eu rascunhava para você e, ao me perguntarem para quem era, dizia que era um conto fictício, feito apenas para matar meu tempo de sobra. Irônico não é?
Sabe o que é mais engraçado? Eu ficar presa às palavras que escrevi - ou não escrevi - à você, e não conseguir iniciar em uma folha nova. Mesmo tentando, e tentando, e tentando... Sempre vem à mente a possibilidade de tudo ter sido diferente se eu apenas fizesse um esforço e te escrevesse. Nossa Isabela, será que era tão difícil assim pegar uma caneta e fazer sair dela algumas frases?
O problema era: pegar uma caneta, fazer sair dela algumas frase e logo em seguida constatar que você ainda estaria ao meu lado. Porque eu sentia que não estaria. Palavras são como sentimentos, uma vez escritas -ou demonstrados - não te pertencem mais.
O medo de sair machucada era grande de mais para te dar o gosto de ler o que escrevi. Infelizmente, isso não me impossibilitou de estar sempre pensando em você.

sábado, 18 de maio de 2013

Temores.


Estava relendo um dos romances de John Green, A Culpa é das Estrelas, e me deparei com o seguinte diálogo:
"-Augustus, talvez você queira falar de seus medos para o grupo.
-Meus medos?
-É.
-Eu tenho medo de ser esquecido - disse ele de bate-pronto.- Tenho medo disso como um cego tem medo de escuro."

Me fez pensar em meus próprios medos. "E aí Isabela,  que te faz 'tremer na base'?" 
Bom, eu vou falar então...
Tenho medo de não conseguir fazer tudo o que quero.
Decepcionar meus pais.
Não deixar nenhuma marquinha aqui, antes de morrer.
Altura.
Não realizar meus sonhos.
Ficar deitada numa cama a beira da morte pensando em tudo o que poderia ter feito e não fiz, entre outros...

Eu fiquei refletindo sobre isso. Existem tantos medos iguais, e ainda assim são individuais. Únicos para cada pessoa. Coisas banais podem ser terrivelmente assustadoras à uns, assim como perigos evidentes nada apavoram à outros. Acho mesmo incrível que seja assim. Não penso que os medos sejam ruins. O bom da vida é poder superá-los. Encontrar brechas nos próprios pontos fracos, e torná-los fortes.
Não importa se nunca estaremos cem por cento livres do medo. Se ele for mesmo ficar impregnado na gente, que seja como um convidado, como alguém que gostamos de ter por perto nos lembrando que sempre podemos ser melhores.
E Augustus, fique tranquilo: você foi imortalizado nas palavras de John Green.

Ah, se se sentir a vontade, deixe seu medo aqui em forma de comentário. Aceitá-lo é o primeiro passo para vencê-lo.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mas que coisa!



O que são coisas?
Abri um dicionário e deparei-me com a seguinte definição:
Coisa: Tudo o que existe; qualquer objeto ou assunto; matéria.
Hum, ok. Então eu sou uma coisa, você que está lendo isso é uma coisa. Porque se eu não estou enganada, nós existimos.
Mas coisa é uma coisa tão abrangente. Não estou satisfeita com essa explicação. Tudo o que formos falar, poderemos expressar como "coisa". Mas as pessoas podem entender o que você quis dizer ou não. É mais provável que elas te perguntem: Mas que coisa?
Coisas podem ser todas as coisas do planeta. Ou do universo.
Se você esquece momentaneamente o que gostaria de falar, preenche a frase com coisa, que está tudo certo.
Agora, onde vou, lá estão elas :as malditas coisas a me perseguirem. É estranho quando você fica intrigado com relação a algo, e então começa a percebê-lo em todo lugar. Na fala das pessoas, a coisa está presente. Me policio para não fazê-lo também.  Não que seja de todo errado, eu só me irritei com isso. Outra mania adquirida.
Essas coisas da vida... Se for pensar bem, a “coisa” tem muito mais a ver com o nada, do que com o tudo. Não consigo entendê-la muito bem, e talvez seja esse o motivo da minha implicância.
Mas é preciso que aja essa palavra com sentido tão incerto, para que possamos delimitar o que realmente importa. Seria bom colocarmos essa conclusão fora da gramática, também. Para aproveitarmos as coisas que realmente nos dão alguma resposta. Ou valorizarmos aquelas incertas, como o “coisa”, mas que são tão completas, que não precisam de um alvo para serem precisas.
Tudo é questão de ponto de vista.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Querida amiga,


Você se lembra daquele dia, em que passamos a tarde toda conversando, assistindo filmes e comendo besteira? Tente se recordar.  Eu quero que volte na sua memória a maneira como sorrimos. Não apenas abrindo a boca, mostrando os dentes, como em uma visita corriqueira ao dentista. Mas repare bem nos olhos. Eles sorriem junto. Mostram que a sua alma está alegre.
Hoje, quando você sorriu pra mim, soube que aquilo não estava refletindo o que está dentro de você. Eu posso me lembrar de todas as vezes que você me fez ficar feliz, e olha que foram muitas. Sua amizade, verdadeira e sincera, me proporcionaram momentos de alegria.
Doeu em mim te ver assim. Doeu não pode fazer nada, já que sei muito bem o motivo da sua tristeza. Mas agarra na fé amiga, porque Deus vai te ajudar. Você vai ver que a cada novo amanhecer, a dor parecerá menor, até que um dia, seus olhos voltarão a sorrir de novo. E até lá, pode deixar que eu vou estar ao seu lado. Assim, quando seus olhinhos voltarem a brilhar, eu vou sorrir com você, como já estamos acostumadas. Então, tudo terá valido a pena. Só não esquece que pode contar comigo, sempre.
Te amo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Uma folha, uma vida.



Me pediram para eu escrever, então eu escrevi.
Discorri sobre coisas, pessoas, lugares, situações...
Do meu lápis saíram palavras, formando frases e mais frases. Até que no final, a folha estava completa. Mas a meu ver, ela estava em branco como se tivesse acabado de sair da gráfica. Para mim ela estava vazia.
Essa folha em “branco”, com tantas letras amontoadas em cima dela, só ficou assim porque do meu lápis, junto com as palavras, não saíram sentimentos. Eu apenas escrevi e pela primeira vez aquilo não me foi suficiente. Porque eu não quis que fosse suficiente. Era fria, indiferente e sem emoção.
Minha folha se parecia muito com a vida de muitas pessoas, que se movimentam, conhecem outras pessoas, experimentam coisas novas, existem. Mas se sentem infelizes, vazias. Elas não vivem.
Se quisermos que todos os momentos da nossa vida sejam intensos, devemos colocar emoções neles! Pois, mesmo ao passar por situações difíceis, os aprendizados farão com que tudo tenha valido a pena.
Não deixe que sua passagem aqui na Terra seja como meu papel em branco, pois eu virei a página do caderno e reescrevi. Dessa vez, minhas palavras parecem um lindo jardim, no auge da primavera.
Você, infelizmente ou felizmente, não terá outro lugar onde escrever sua história. Aproveite ao máximo sua folha e faça dela o escrito mais bonito que puder, repleta de sentimentos.
Faça dela infinita. 

domingo, 5 de maio de 2013

É melhor ser alegre que ser triste...


...a alegria é a melhor coisa que existe.
É muito fácil você dizer que está triste, desacreditado, e sem um vestígio de esperança no coração. Mais fácil ainda é querer desistir de tudo, perder a fé.
Eu costumo sentar e procurar motivos para ser feliz, de vez em quando. Assim, como uma tarefa corriqueira, só pra matar o tempo. Isso passou a ser um dos melhores momentos da minha vida. Dividir com todos o que me faz sorrir é como levar a cada um, um pedacinho de mim. Entretanto, seria mais "proveitoso" que todos procurassem esses motivos. Para mim, a cada frase do meu autor preferido, é como se me fosse injetado ânimo para continuar e buscar formas de me completar. A cada vez que me abraçam, eu sinto como se Deus estivesse ali comigo me apertando e dizendo: "Ei, vai na fé!". Se uma criança me conta como foi seu dia na escola com seu amiguinho, eu já penso o quão maravilhoso seria se cada um pudesse ter uma partezinha inocente no lugar das desconfianças da vida. Nas conversas descompromissadas com meus amigos, é possível me perder em pensamentos sobre a alegria de tê-los em meu lado. Quando a minha família está reunida e acima de tudo, unida, eu agradeço silenciosamente por fazer parte disso.
Eu poderia citar infinitas justificativas para ser feliz, mas, como já disse, prefiro que cada um encontre as suas próprias. Se quiser, deixe em forma de comentário nesse post. Ficarei contente em saber dos motivos dos  seus sorrisos. 
Ah, eu já contei que fico feliz porque tenho dever de Física pra amanhã? Pior seria se eu não pudesse fazê-los....
Olhe com ouros olhos para seus problemas. Sob uma nova perspectiva, ele parecerá bem mais fácil de ser solucionado. Encontre um lado bom de tudo o que te acontece. 
Ser triste gasta muito mais energia...

A vida pede que você sorria pra ela. E esse é o pedido mais prazeroso de ser atendido.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O Eu que virou Todos



Estava eu, prestando atenção à aula, quando o professor chegou a uma certa questão referente ao assunto estudado: a despersonalização.
Quem somos realmente? O que cada um representa? Qual a minha essência?
Não adianta querer falar que somos nós mesmos em todo momento. Ok, as pessoas com personalidade mais definida podem conseguir ser na maior parte do tempo, mas em dado instante serão persuadidas e induzidas a parecer alguém moldado de acordo com a forma perfeita e correta apresentada pela mídia. Essa ideia de como devemos ser, infere em nós, sem que percebamos, um desejo de sermos aceitos. O pensamento que predomina é que precisamos nos adequar àquilo que está nos sendo imposto.
São apresentados à nós, desde a infância, a maneira correta para se agir, para se gastar o próprio dinheiro, para se cortar o cabelo, para se vestir. Caso não se siga essas regras "disfarçadas" de moda, nunca se alcançará o sucesso. Bom, pelo menos é o que eles dizem.
Essa preocupação com o estar adequado ao mundo atual tira de todos nossa principal característica: a individualidade.
Se fosse para dar um recado para quem quer tirar a diferença de circulação, diria que acima da concepção de perfeição que paira sobre o mundo, está impregnado em nós a vontade de sermos únicos, assim como somos.  Nada de uniformes invisíveis e controladores. Nada de justificativas enganadoras e banais sobre o porquê das pessoas estarem cada vez menos preocupadas em ser elas mesmas. Todos sabemos de quem é a culpa, não é Senhora Modernização Descontrolada e Mal Pensada/Organizada?