Boa noite!
Já tá na hora de postar a segunda parte do conto O nome do amor, né? Ou não tem ninguém curioso aí?
Pra quem ainda não leu a primeira parte, melhor clicar aqui.
Espero que vocês gostem, espero de verdade. Comentem aí o que acharam. <3
Boa leitura!
Naquela noite, todos os meus amigos estavam quebrados. Ester
nem mesmo me perguntou se eu tinha arrumado um namorado de tão cansada que
estava. Eles só queriam ir dormir. Tive sorte de não ter feito a aula. Depois
que consegui me livrar daquele garoto, arrumei um canto na praia ainda mais
silencioso, tomei água de coco e li,com uma vista maravilhosa na minha frente.
E o melhor de tudo é que agora não estou cansada. O pessoal disse que amanhã
vai fazer a aula de novo, isso significa que vou ter o dia livre.
Tudo bem. Mas agora eu não estou a fim de ficar em casa
então disse a eles que iria dar uma volta, peguei minha bolsa e sai.
O bom era que a casa que alugamos era perto da praia então
fui dar uma caminhada pela orla.
Pelo caminho, vi vários casais de mãos dadas caminhando ou
olhando o mar.
Estava ficando tarde e comecei a ficar com receio de
continuar. Decidi fazer meia volta e ir embora.
-Olá, garota sem nome.
Disse uma voz conhecida atrás de mim.
-Oi.
Eu me virei e continuei meu caminho de volta. Era o garoto
da bola, acho que é Lucas o nome dele...
-Não sei por que você foge de mim - continuou parado olhando
pra mim enquanto eu andava.
-E eu não te devo satisfações.
-Tudo bem, você não gosta de conversar, já saquei. É só que
você deixou cair isso aqui da sua bolsa... Laura.
Olhei para trás e o vi com um sorrisinho vitorioso no rosto
enquanto girava minha carteira de identidade entre os dedos.
-Parabéns, você já sabe meu nome. Agora pode me devolver
isto? – apontei para minha identidade.
Ele deu duas tossezinhas.
-Por favor...
Estendi a mão e ele me devolveu.
-É um lindo nome, Laura.
-Bom, Lucas também. Agora, boa noite, preciso ir.
Comecei a andar novamente.
-Não vou te deixar ir embora sozinha. É perigoso, sabe...
-Eu vim sozinha, posso continuar assim. Obrigada.
Não adiantou. Ele continuou andando a meu lado.
-A rua é pública então estamos apenas dividindo a calçada.
-Você é quem sabe.
-Você é do Rio, não é?
-Já deve ter visto no meu documento, então tanto faz...
-É sempre tão ranzinza assim?
-Olha só, desculpe ok? É só que... o que você quer? -eu
finalmente perguntei. Aquilo já estava me incomodando.
-Bom, apenas conversar com você. Eu estava te olhando, mais
cedo na praia. Vi quando você chegou, eu e um amigo estávamos jogando vôlei ali
perto.
Eu não disse nada esperando que ele continuasse.
-Você não nos viu, estava concentrada arrumando suas coisas
e depois começou a ler. Eu me senti como um intruso, pois você estava se
encaixando tão bem na paisagem da praia. Com esses cabelos castanhos ondulados
e compridos, esse sorriso quando lia algo que te agradava, e esses olhos verdes
percorrendo cada linha de cada página. Foi quando aqueles garotos jogaram o
primeiro bombom. Eu fiquei com vontade de ir lá tirar satisfações sabe, mas
ficaria estranho já que não te conhecia. Você ficou bem brava com aquele
bilhete não é? Fiquei com um pouco de medo ao ver sua feição.
Eu sorri, pela primeira vez, para ele.
-Aquilo me irritou .
Contei a ele o que estava escrito no bilhete e ele pareceu
ficar com raiva também.
-Então eu continuei jogando bola, mas inconscientemente eu
olhava para você e vi o segundo bombom te atingindo. Novamente você ficou com
raiva.
Eu disse a ele a mensagem do segundo bombom.
-Moleques abusados! – ele disse.
Eu esperei ele começar a falar novamente.
-Eu estava te observando quando meu amigo me lançou a bola
e, por impulso, eu a rebati. Ela foi direto em sua direção. Depois disso você
já sabe...
-Entendi, mas porque você me perseguiu enquanto eu caminhava
agora a pouco?
Ele deu uma gargalhada.
-Não te persegui! É que estou numa casa que fica logo ali e
quando te vi, sai correndo para ver se era realmente você. Enquanto estava
tentando te alcançar, vi sua identidade no chão e agradeci por Deus ter me dado
um motivo para você falar comigo.
-Por quê? – eu perguntei.
Ele ficou acanhado.
-Parece que você me encantou, garota sem nome.
Depois de um tempo em silêncio, absorvendo a conversa,
resolvi falar.
-Sim, sou do Rio.
Ele pareceu surpreso por eu ter tomado a iniciativa. Depois
de um segundo ele disse:
-Ah... Bom, eu também. Quer dizer, nasci em Vitória, ES, mas
moro no Rio agora.
-Está de férias aqui?
-Sim, mas é mais pelo meu aniversário mesmo. Minha família
resolveu que viajaríamos nessa data.
-É hoje?
-Sim.
-Puxa, meus parabéns! – eu disse – Quantos anos?
-Dezoito.
-Hum... Muitas felicidades...
-Obrigado. Você está de férias?
-Sim, aproveitando as últimas do colegial. Estou com minha
turma.
-Ah, que legal! Também são minhas últimas férias, depois,
faculdade...
Parece então que o colégio dele também deu um recesso entre
as férias de julho e de dezembro.
-Para qual você quer ir?
-UFRJ, e você?
-Eu também! Vou cursar jornalismo, e você?
-Bom, sinto lhe dizer, mas seremos colegas de classe...
-Sério? Que coincidência...
-Ou destino... – ele sussurrou.
Fingi que não tinha escutado. Já estávamos quase chegando a
casa.
-Minha casa é bem ali. Foi bom conversar com você, obrigada
por me acompanhar.
-Tudo bem.
Nós paramos.
-Laura, eu gostaria mesmo de te encontrar novamente.
Eu não sabia o que dizer.
-Se não quiser tudo bem, acho que já te pressionei de
mais...
-Café da manhã, amanhã? – eu disse e ele abriu um sorriso –
Meus colegas vão fazer uma aula de surf amanhã e eu prefiro não ir, então...
-Perfeito! Posso te pegar amanhã as 9?
-Combinado.
Nos despedimos com um beijo no rosto e eu andei até em casa.
Não sei o que estava acontecendo comigo, mas queria que
amanhecesse o mais rápido possível.