quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Blá, blá, blá




Se tem uma coisa da qual eu não sofro é a síndrome do "nem sei o que dizer".
Em nenhum momento - bom, pelo menos até hoje- as palavras não me deixaram na mão.
Isso provavelmente se deva ao fato de que sou uma tagarela nata. Sim, eu admito isso. Agora imagine essa cena, de começar a falar e não conseguir parar nunca mais, sem descanso. Acho que eu seria abduzida por habitantes de um planeta onde as pessoas falam muito, pois as pessoas daqui se encheriam de mim. Deve existir um planeta assim, ou talvez apenas na minha imaginação. Provavelmente lá ninguém entende ninguém e todos vivem com dor de cabeça.
Nunca me imaginei dizendo a famosa frase "Estou sem palavras". Talvez ainda aconteça algo que me faça ficar realmente paralisada e momentaneamente muda. Porém, até mesmo numa situação dessas, eu possa soltar qualquer baboseira que me venha a mente, porque é sempre assim que acontece comigo.
É um martírio para mim ficar ao lado de uma pessoa sem dizer nada. Eu sempre vou tentar puxar um assunto qualquer. Porque para mim não há coisa melhor do que compartilhar palavras. Eu simplesmente não saberia viver sem elas.
Na verdade, eu não ache que elas fujam de ninguém. As pessoas é que não sabem muito bem onde elas se encontram, às vezes. Sempre há o que dizer. Sempre mesmo... Qualquer palavra é palavra, qualquer sorriso é sorriso. E quando os dois vêm junto então...
Enfim, eu só queria escrever mesmo sobre essa minha mania de falar, e de fazer isso com uma frequência quase - ou totalmente - irritante.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O conto do amor - parte 4, e última.

Gente! Eu tô ótima e vocês?
Primeiramente gostaria de agradecer a todos vocês que leem o Textualizando a Vida. Amo vocês cara, sério. Eu tô um pouco sentimental, porque não consigo parar de escutar a música do Leoni, Melhor pra mim (escutem e me digam se uma lágrima não ameaçou brotar do seu olho), e também porque aconteceu uma coisa muito, muito, muito legal hoje. Eu sei que tô falando muito, já vou parar, mas AHHHHHH eu tô feliz!
Tá bom, já respirei. Calma, Isabela, calma. 
Pessoal, desculpa por isso. Eu vim aqui hoje para postar a última parte do conto O nome do amor. Espero que vocês gostem do desfecho da história do Lucas e da Laura. Muito obrigada por tudo, de verdade. Se eu pudesse falaria em todos os posts o quanto vocês são importantes para mim. Como ficaria muito cansativo, tô falando agora: vocês fazem a minha vida muito mais legal. 
Antes de ler, leia a parte 1, parte 2 e parte 3.
Sem mais delongas, o começo do fim:



Quando todos chegaram, um pouco mais tarde, eu estava na sala assistindo TV. Ester estava simplesmente elétrica.
-Garota, onde você estava? – ela pegou meu braço e foi me puxando para o quarto – preciso te contar tantas coisas!
-Eu também – disse eu, inacreditavelmente animada.
-Você primeiro!
Contei tudo a ela. Desde os bombons ontem, até a hora que me deixou em casa, hoje.
-Acho que alguém está apaixonada! – ela cantarolou.
-Por que será que eu sabia que você ia dizer isso?
-Por que eu sempre tenho razão?
Eu fiz uma careta.
-Agora sua vez.
Ela me contou sobre quando estava fazendo as aulas, quando entrou um garoto novo, que não estava ontem. Me disse que ele começou a conversar com ela, então eles saíram antes de terminar a aula, para conversarem melhor. O nome de era Vitor e estava com a família de um amigo. “E o melhor de tudo é que ele também é do Rio de Janeiro!”- disse ela. Depois, o garoto disse a ela que só tinha começado com as aulas por sua causa, então ela lhe deu um beijo.
Ester parecia muito feliz.
Ela ainda não tinha terminado quando o meu celular tocou. Pedi um minuto a ela e atendi. Era o Lucas.
Quando desliguei, Ester já ia continuar me contando sobre seu dia.
-Ester, esse Vitor é o amigo do Lucas. Ele acabou de me ligar e disse que o Vitor está contando sobre você pra ele e ele sacou na hora que a amiga que você disse era eu.
-Não acredito!
-Pois é!
Começamos a pular na cama e a gritar.
Ela terminou de me contar e passamos o resto da noite falando sobre como a vida é linda.
O Lucas me ligou hoje cedo, perguntando se eu não queria fazer alguma coisa. Eu o convidei e ao Vitor para virem aqui em casa, conhecer meus amigos porque estavam cansados por causa do surf e decidiram fica em casa na parte da manhã. Eles aceitaram e acabaram almoçando aqui com a gente.
Depois, fomos a praia e fizemos meio que um luau lá. Cantamos até tarde da noite. Foi muito divertido.
Durante o resto da semana eu e ele fomos á pontos turísticos, como elevador Lacerda, Farol da Barra. Visitamos algumas praias, lindas. O Vitor e a Ester ficaram mais com minha turma mesmo.
Foi muito bom quando Lucas me levou para conhecer sua família. Seus pais são ótimos e seu irmão Alan é apaixonante. Até fizemos alguns programas juntos. Almoçamos, fomos à praia, à feiras de artesanato, shows de capoeira... Eu me senti acolhida por eles.
Infelizmente a estadia deles aqui estava acabando. Daqui dois dias eles iriam embora e eu ainda tenho uma semana toda pela frente.
Ester estava desolada. Sete dias pareciam-lhe o mais doloroso martírio.
Não queria me separar do Lucas, mas me agarrei ao fato de que dali a alguns dias eu iria estar com ele novamente.
Passamos mais um dia juntos e então uma noite antes dele ir, nós fomos olhar o mar.
Ele pegou em minhas mãos, olhou em meus olhos e disse:
-Laura, não quero que termine. Para mim não foi um amor de verão.
Eu estava com lágrimas nos olhos.
-Para mim também não.
-Esses foram os melhores dias da minha vida porque os passei ao seu lado.
-Eles foram muito especiais para mim também. Olha, eu sei que fui um pouco dura no começo, mas não sabia que podia me sentir tão bem ao lado de alguém como me sinto ao seu.
-Foi esse seu jeito que me fascinou tanto, desde o começo.
Eu sorri.
-E esse sorriso...
Eu olhei em seus olhos e não tive dúvida da frase que diria:
-Eu te amo.
A luz da lua cheia que fazia naquela noite pareceu iluminá-lo. Ele irradiou felicidade.
-Eu te amo, muito.
Nos beijamos.
-Laura, tenho que fazer uma coisa.
Ele enfiou a mão no bolso de sua bermuda e pegou um bombom.
-Abra – pediu ele.
Eu abri e tinha junto com o chocolate, um bilhete.
“QUER NAMORAR COMIGO?”
-Sim, sim, sim!
O abracei e ele me girou em seus braços.
-Posso te contar um segredo? – ele perguntou.
-Claro!
-Eu usei seu nome para uma coisa.
Fiquei intrigada.
-Que coisa?
-Dei seu nome ao meu amor.
A despedida foi difícil. Combinamos que eu não iria vê-lo amanhã cedo antes de ele partir. Não queria ter que me ver dando tchau ao longe, observando minha imagem ficando cada vez menor no horizonte através do vidro traseiro do carro, como acontece nos filmes.
Uma semana se foi e eu passei meu tempo entre consolar a Ester, aproveitar os amigos, já que eu não tinha ficado muito com eles, e conversar com o Lucas por telefonemas ou mensagens de texto.
Fomos embora todos com grandes sorrisos nos rostos e pensando no quanto essa viagem foi boa para nós. O tempo que passei com meus amigos iria ficar para sempre guardado em meu coração. Aprendemos de mais na escola, e uma das grandes coisas que ela nos oferece, com certeza, é a amizade.
Nos fomos de avião, então foi bem rápido.
Tinha combinado com o Lucas de ele ir lá em casa mais tarde, já que não ia poder vir ao aeroporto porque está fazendo um trabalho para as notas finais na escola.
Fui á esteira das bagagens e depois, me encontrar com minha família. Durante todo o tempo que fiquei lá, falei com eles todas as noites pelo telefone. Estava morrendo de saudades das manias irritantes da minha mãe e do meu pai tentando fazer piadinha com garotos que achava que eu pudesse estar interessada, quando na verdade sempre torceu para que eu não arrumasse ninguém. Minha família me completa e agradeço à eles infinitamente por sempre terem me apoiado e me mostrado os melhores caminhos, sem percorrê-los por mim.
Abracei-os muito forte quando cheguei perto e prometi para mim mesma que nunca os decepcionaria.
Foi quando escutei uma voz atrás de mim e não precisei me virar para ver quem era.
-Olá, garota sem nome.




Epílogo:

Percebi que o que a Ester queria me dizer não era que eu necessariamente teria que ter um namorado, mas que a gente precisa de amor para ser feliz. Eu tinha da minha família e dos meus amigos e era muito feliz, de verdade. Mas quando se tem um tipo de amor daqueles que te fazem perder o chão, sonhar acordado, crer no impossível, aceitar as diferenças, e viver plenamente, você descobre o significado do que é realmente estar com o coração a mil. Um tipo de amor desses que eu sinto pelo Lucas e ele sente por mim. Sei disse porque vejo em seus olhos. E é em cada pequeno gesto de carinho, nas simples coisas da vida, que estão os mais puros sentimentos. E em cada vez que ele me diz “Eu te amo” eu tenho certeza que é de verdade.
Eu não sabia o que aconteceria dali por diante, mas estávamos felizes, um recebendo o amor do outro e isso já bastava. Um amor que começou numa tarde de verão quando eu não quis revelar meu nome...

domingo, 4 de agosto de 2013

Anteontem


Dia desses ouvi uma piada muito engraçada, e quase explodi de tanto rir.
Dia desses fiz limpeza de pele, e doeu bastante.
Dia desses estava caminhando pela rua, pensando em tudo o que ainda está por vir. Fiquei confusa e parei de pensar.
Dia desses tirei uma foto do meu primo menor que me deixou com vontade de mordê-lo. Eu o fiz, e ele chorou.
Dia desses desejei que chovesse chocolate. Mas aí lembrei que muitas pessoas ficariam diabéticas e retirei o pedido, porque vocês sabem, o que desejamos geralmente acontece.
Dia desses comi um arroz tão bom, mas tão bom que quis comer apenas aquilo para o resto da vida. Eu enjoaria, então decidi comer só as vezes mesmo.
Dia desses conversei com as minhas amigas. Talvez "conversar" não seja uma palavra apropriada. Rimos mais que qualquer coisa.
Dia desses ouvi uma música. Ela era tão perfeita, sua melodia tão incrível, mas,inexplicavelmente, eu não conseguia decorar a letra. Talvez seja porque meus ouvidos não prestassem realmente atenção à canção, e sim no que ela despertava em mim.
Dia desses li um livro. E então eu não consegui parar de pensar no quanto aquele final havia mudado minha vida. Foi difícil começar uma nova leitura...
Dia desses eu me deitei para dormir. Mas isso foi a única coisa que eu não fiz. Você sabe, dormir...
Dia desses senti frio. O que me fez sentir saudade do calor. Principalmente na hora de tomar banho.
Dia desses meu irmão fez aniversário. É bom ter um irmão. Pra roubar a sua bala, sorrir pra você, e tal.
Dia desses eu quis escrever. Eu fiz isso, mas não gostei do resultado. Ficou muito pessoal.
Dia desses eu fiquei com dor nos olhos. Eu agradeci por ter um par deles e poder ver tudo. Tudo.
Dia desses mesmo, eu nasci.
Dia desses, eu estou vivendo.