segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

seja como flor



Palavras perdidas nem mesmo registradas na parede da memória.
Escritas em uma noite indiferente na qual você estava alheio à minha saudade na calmaria de seu sono.
Apenas me lembro que te rascunhei com sentimento, sem demasiadas edições.
Palavras saudosas de ter quem se ama por perto.
O peito ardia, e eu me revirava na cama. Virava, mexia, insoniava.
Até que te escrevi e vi a ansiedade saindo do meu corpo aflito e se transformando em poesia pra te acarinhar. Quem dera eu mesma tivesse podido te acarinhar.
Experimentei a sensação do alívio que só escrever pode causar em mim. Como um copo d'água em dia de calor fustigante. Ou um abraço quando se está triste. Ou bem feliz.
Receio que você não saiba disso. Nem mesmo sabe que eu trocaria todas as refeições de um dia por uma deliciosa suculenta magnífica fatia de abacaxi.
Sofri com essas mesmas agonias durante tempos que nem mesmo sei quanto. Não me recordo em que momento deixei de ver a felicidade nas limitações desnecessárias e passei a perceber meu coração reclamando de tudo o que não podia sentir de verdade.
Até que deixei de me prender a velhas fotografias amareladas e passei a querer ter milagres diários. De amor, paz, e surpresa.
Eu passei a querer ser como uma pétala que o vento leva e brinca.
Deixei de querer te escrever,
As palavras não podem ser forçadas e eu não faria isso com elas.
Não fiz isso comigo.

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