quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Não importa a cor do céu


Sorriso aberto, incerto.
Tão aberto que por seus cantos é quase possível enxergar seu coração. Repare, quase.
Tão incerto que oscila a cada vez que pensa de verdade.
Talvez seja esse seu almejo, que descubram.
Talvez não devesse pensar tanto.
Os olhos quase fechados. 
Uma consequência.
Queria enxergar, ainda assim.
As impressões ficam gravadas na mente, no corpo, na alma.
Cada pedacinho de memória é bem costurado no chão dos tecidos.
Sorriso aberto demais.
Sentimentos expostos demais.
Sofrimentos lembrados demais.
Olhou para cima e viu a andorinha pousar no galho da amoreira.
Olhou para o lado e percebeu o livro da vez fechado sob a cama, sem que se lembrasse da página em que estava.
Olhou para o espelho e se observou com os cabelos bagunçados de quem vai passar o dia todo em casa, preguiçando.
Sorriu.


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