domingo, 10 de fevereiro de 2013

Sentimentos para um objeto.


Eu prometi para mim mesma que dessa vez não escreveria sobre sentimentos.
Escreveria sobre outra coisa qualquer. Ainda não sabia.
Vasculhei em minha mente alguma palavra aleatória da qual eu pudesse fazer um escrito bacana. Tarefa difícil.
Pensei, pensei, pensei. Nada...
Eu não vou falar de sentimentos, não vou falar de sentimentos, não vou falar de sentimentos.

Quando vi, o novo documento do Word estava com a seguinte frase:
“Coisa: Tudo o que existe.”
Devo ter digitado sem perceber.
Será que eu iria escrever sobre “coisas”? Mas se coisa é tudo que existe, isso abrangeria também os sentimentos, certo? Apaguei a frase.
Olhei para minhas unhas recém pintadas de azul. É isso! Escreveria sobre as cores.
Mas a primeira ideia que me veio em mente foi:
“Cores tem significados, elas sempre lembram alguma coisa.”

E aí estava a “coisa” novamente. E o que me lembrava o vermelho? Exatamente. E eu não queria falar sobre sentimentos. Principalmente os meus. Nem mesmo escrevi frase alguma dessa vez.

Olhei para todos os cantos do meu quarto em busca de alguma inspiração. Vi um chaveiro de pimentas. Mas duvido que esse pequeno objeto me fizesse escrever mais do que três linhas que fizessem sentido.

Prendi o olhar em uma foto minha quando criança. Meu sorriso aberto mostrando meus dentinhos. Mas ao lado tinha uma outra foto minha, porém atual, e eu não quis escrever sobre isso. Comparar o tempo poderia me trazer sofrimento, os sentimentos mudaram. Não que eu não esteja feliz. É só que talvez a minha infância me trouxesse mais lembranças boas e não precisava ficar nostálgica agora. 

Olhei para o dicionário ao meu lado, me auxiliando nessa minha tarefa de agrupar frases com sentido. Ele tinha tantas palavras escritas nele, que acho que não precisaria de palavras minhas para se sentir melhor. Pensando bem, acho que ele não sente nada em momento algum.  E eu estou falando de sentimentos, não queria isso. Mesmo sendo as prováveis emoções de um dicionário.

Talvez ele não fosse tão auto-suficiente assim. Talvez eu escrevesse para ele. Talvez.
Isso ficou meio estranho. “O dicionário é uma coisa, Isabela! Ele não sente!”
Eu sei disso. Só não queria deixar de escrever.

E eu acho que de tanto não querer escrever sobre os meus sentimentos, acabei fazendo isso.
A coisa boa é que meus sentimentos não ficaram explícitos aqui. E toda essa confusão poderá servir de alguma coisa. Desculpe-me se isso ficou um tanto quanto embaralhado e sem nexo. Mas se é assim que me sinto, como poderia ser diferente?
Droga, acabei dizendo como estou!

Acho que não consigo mesmo escrever de uma maneira impessoal.
Espero que essas palavras não façam sentido algum á pessoa a quem eu realmente gostaria de ter escrito.
Talvez o dicionário pense que esse texto seja pra ele, e fique feliz.
Aproveite a leitura, dicionário. Aproveite esses meus sentimentos...

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