segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Quando as coisas começam a mudar.



Quando as coisas têm que acontecer, elas acontecem. Simples assim. 
Eu não estava nem um pouco disposto a vir à essa festa. Preferia mil vezes estar em casa sentado no sofá, comendo bolinhas de queijo assadas e jogando video-game, ao invés de estar aqui vestindo essa camisa, blazer, sapato e calças totalmente estranhas a mim. Só que meus pais tinham que me obrigar a vir.
Mas então, quando eu já estava pegando no sono de tanto ouvir essas músicas lentas, eu vi aquela garota. A garota que anda vistando meus pensamentos todos esses dias e com a qual eu nunca havia conversando realmente. Tudo por falta de coragem, logo eu com falta dela! Eu queria tanto poder falar com ela de verdade. De alguma forma, eu sabia que era especial.
Ela estava acompanhada da família. Eu nunca imaginei que pudesse a encontrar aqui, não mesmo. Na verdade, eu achei que aqui eu só iria ver homens com feições cansadas por causa do trabalho vestindo terno, mulheres com seus vestidos longos. Alguns casais com filhos, outros não. Ninguém de mais ou menos 17 anos que pudesse me fazer companhia. Algo assim, bem típico de festa de final de ano da empresa. Mas eu me enganei um pouco. Pelo menos na parte das feições cansadas. Até que as pessoas estavam bem felizes. 
Quando eu a vi, com um vestido rosa claro, tomara que caia se abrindo na cintura e na altura do joelho, com os cabelos loiros presos em um coque no alto da cabeça, eu pensei: Uau, ela está linda! E então me senti agradecido pelos meus pais terem me obrigado a estar aqui essa noite.
Ela e sua família cumprimentaram algumas pessoas próximas e se sentaram. Seus pais foram falar com um casal de amigos, imagino eu, e ela e sua irmã menor ficaram sentadas. Pensei em ir até lá nessa hora, mas não consegui. Passados uns 40 minutos, eu me cansei de tomar coragem e me levantei. Minha mãe me perguntou onde eu estava indo. Indiquei com a cabeça e ela sorriu, o que fez meu pai sorrir também. 
Quando cheguei até lá, cumprimentei seus pais e perguntei a ela se queria dançar comigo. Ela hesitou, olhou para o lado e sua mãe assentiu, rindo. Então, eu peguei sua mão e a levei para a pista. 
 Eu tinha ideia do quão brega eu estava sendo. Sério, até eu estou me achando um babaca agora. Essa cena parece tirada daqueles filmes antigos. Mas eu não consigo imaginar outra forma de começar qualquer coisa com  ela. Acho que estou agindo corretamente. 
Nós conversamos durante toda a música e eu estava cada vez mais encantado.
Estava certo sobre ela ser especial, diferente. Ela não era fútil e sabia falar sobre tudo. Sua risada era cativante, e seu sorriso,  lindo. Não era difícil se deixar levar pelo som da sua voz. 
Depois que dançamos algumas músicas, nos sentamos na parte externa do salão e de lá dava para ver a lua. 
Foi tudo tão estranho para mim, mas parecia ser extremamente necessário que eu tivesse todo o cuidado do mundo com ela. Isso é estranho, se falando da minha pessoa.
E sabe qual foi a parte mais estranha daquela festa? Todas as músicas de amor - melosas, lentas e blá blá blá - passaram a fazer todo sentido para mim. 


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